Marasmo

A. C.
1 min readAug 12, 2018

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Antes, minhas ideias morriam na praia, após uma noite turbulenta em um mar revolto.

Agora, espero elas na costa, ansiosa por algum aparecimento repentino me retirar desse isolamento profundo, mas o oceano olha para mim apático.

Não há vento cantando suas mensagens obscuras e as vozes das sereias permanecem quietas na paisagem molhada e arenosa.

Grito desesperada no vazio repentino…sequer o eco volta para me encontrar.

As chuvas não descem o rosto e o repuxar das redes dos pescadores não esticam a pele da boca.

Para quem sempre viveu nos extremos dos climas, o tempo ameno é avassalador.

Continuo a aguardar o próximo temporal ou o próximo estalar de fogueiras.

Afinal, tempos de paz não contam histórias nessa terra.

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