Encontrava-se sentada no chão, enroscada sob si mesma. A criatura respirava pesadamente, o ar saindo de seus pulmões como um turbilhão. Já não era o que outrora fora. E jamais voltaria a ser.
“Também nunca seria o que ansiava.” Pensou rapidamente, num lampejo de dor. Sentia dores constantes. Que eram amplificadas pela inércia que se envolvera.
Não sabia mais o que sentir. Ou se devia sentir. As estrelas riam desse embaraço terreno. Ela se mexeu e suspirou, tentando ignorar esse barulho infernal. Mas ele nunca a deixava, pois estava grudado em seu pelo.
As águas que compunham sua mente se agitaram e ela ouviu o fraco grito de algo que morrera havia muito. “Se já morreu, por que não arranjo outro?”
Todavia, a noite foi embora e o sol levantou, colocando a criatura em um sono repleto de sonhos estranhos, embalada na prisão que criara ela própria com seus sonhos quebrados.