O dragão dispara ao horizonte.
O pânico atinge seu pico. Os passos afundam no chão. Correm o mais longe que podem. Mas nunca é suficiente.
A besta ruge.
Algo morre. Corra, corra, CORRA. Os pés continuam a bater. Ninguém ousa olhar para os lados. Não há como ajudar os que caem nessa corrida desenfreada do progresso. É correr ou morrer.
A temperatura sobe pelo fogo infernal da criatura.
Todos continuam. Passam por cima de muros, pedras, animais e corpos para fugir de algo que nunca viram pois temem com todo o medo do mundo de olhar para trás. Também não sabem aonde vão. O “lá” nunca foi definido. Apenas tem que chegar.
As asas cortam mais velozes que o vento.
Todos na maratona eterna estão perpetuamente banhados. Suor e lágrimas fazem uma dança complicada sobre as faces sempre alertas. Dormir jamais foi uma opção. O dragão é sempre vigilante. E por isso…continuamos sempre correndo.